E começou a destruição de uma bonita marginal para que? Por um dito projecto de regeneração? Regeneração ou Degeneração? Tantas prioridades que podia enumerar em prol de Sines, e esta sem dúvida iria para uma pasta com o título de “Dispensável”. Pensava-se que o erro geográfico e estratégico do Centro de Artes fosse suficiente para mostrar que Sines não precisa de obras faraónicas e megalómanas, mas sim de projectos úteis e menos dispendiosos. Se a Baía de Sines, que desde que tem este formato, é do agrado da população, para que mudar o que todos apreciam? Por um calçadão? Que vai retirar uma faixa de circulação? E a falésia, para quando a intervenção respectiva? Será que o executivo tem noção de que poderia ter sucedido uma tragédia? Graças a Deus que assim não foi. E o elevador da falésia? Bem diz a autarquia que o financiamento proveniente do QREN, vai servir para cobrir este avultado investimento em tempo de austeridade. E quando houver estragos no elevador? E a sua manutenção? Quem paga? É a autarquia meus amigos. Mais uma factura para uma Câmara Municipal já de si fraca, que caminha a passos largos para uma situação insustentável. Acima de tudo, esta intervenção deveria ter ido a consulta popular. Porque quem deveria escolher o melhor para Sines é sem dúvida a sua população. O voto dado a esta autarquia não deveria ser uma carta-branca e cega para se fazer o que se quisesse e bem entender. Por isso o CDS-PP de Sines, apesar de não ter votado em Assembleia contra esta intervenção, em virtude de não ter representação camarária, reforça a sua posição contra um projecto, que foi aprovado pelo Movimento SIM, PS, PSD e Bloco, e que não é uma prioridade, que não revela a vontade maioritária da sua população e que revela pouco cuidado na consulta dessa mesma população que aqui habita e tem a sua vida.