quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Senão tratamos bem os filhos de Sines, quem irá tratar?


Do Facebook de Vicente Alves Do Ó, surge o desabafo acerca da sua nova obra "Florbela":

"Para todos os amigos sineenses: A Câmara Municipal de Sines, na pessoa do Sr Carlos Seixas acaba de recusar o meu filme "Florbela" dizendo que a sessão é cara. Um homem que nem é de Sines e lá leva tudo aquilo que ele.... conhece. Ou seja, amigos, se quiserem ver o filme terão que se deslocar às outras 20 Câmaras do Alentejo que estão a agendar o filme e onde eu não nasci. Obrigado, Sines."

Repentinamente, surge da Página de Facebook do Municipio de Sines:

"Esclarecimento do Presidente da Câmara Municipal de Sines, Manuel Coelho, sobre a projeção do filme “Florbela”, de Vicente Alves do Ó, em Sines:

"Como Presidente da Câmara Municipal de Sines e c...omo responsável pela Cultura manifesto a minha surpresa, incómodo e indignação pelo que acabo de ler e saber sobre as questões da projeção do filme “Florbela” de Vicente Alves do Ó.

Esclareço:

Sou Presidente desta Câmara há mais de 14 anos e durante este período sempre assumi a responsabilidade direta pela cultura, tendo em conta a sua importância na formação das pessoas e na sua vida intelectual, espiritual e lúdica.

Nestes anos, houve sempre uma preocupação em apoiar, incentivar e estimular todos os Sineenses a produzirem, apresentarem e divulgarem obras ou programas da sua autoria, ou não, ligadas à produção e difusão da Cultura.

Nunca foram (nem serão) negados os apoios monetários ou de espaços para produzir e/ ou apresentar obras culturais ou artísticas.

Vicente Alves do Ó já foi apoiado pela Câmara para apresentação de obras suas e continuará a sê-lo. Basta que tal apoio seja solicitado ao Presidente da Câmara.

Esta Câmara, que tenho a honra de presidir, orgulha-se sempre com os Sineenses que se destacam em quaisquer áreas da atividade humana e em particular nas atividades da cultura e das artes, que são bens raros mas essenciais à vida das pessoas e à comunidade a que pertencem.

Isto é atestado com a prática desta Câmara ao longo dos anos nos apoios e incentivos que tem disponibilizado aos produtores de poesia, escrita em geral, artes de palco e todas as manifestações artísticas.

Esclarecidas os princípios e a prática desta Câmara e do seu Presidente, e sendo isto comprovável, custa-me ouvir/ler certos cometários e, principalmente o aproveitamento para ataques despropositados e infundados.

Assim, em nome da verdade e da posição desta Câmara, esclareço e sublinho:

1- Desde o primeiro momento em que tomei conhecimento da realização do filme “Florbela” e do modelo escolhido pelo realizador Vicente Alves do Ó para a sua distribuição, o que aconteceu informalmente em reunião com a Presidência da Direção de uma associação cultural local (que, querendo, poderá atestá-lo), manifestei interesse na apresentação e projeção do mesmo no auditório de Sines;

2 – Enquanto Presidente, não recebi qualquer pedido formal ou informal para a projeção deste filme no auditório, nem qualquer parecer do serviço de cultura sobre a matéria, relativamente ao qual tenha sido chamado a decidir;

3- Não tive conhecimento, até ao dia de hoje, dos contatos estabelecidos entre a entidade produtora do filme e o Centro de Artes e respetivos resultados;

4- A informação recebida hoje do serviço de cultura evidencia não uma recusa relativamente à projeção do filme, mas sim a reiteração do interesse na realização da mesma, apresentando o serviço municipal uma contraproposta, mediante a qual a receita de bilheteira reverteria para a produtora a titulo de pagamento pelo aluguer do filme – sublinho que esta contraproposta foi feita sem qualquer intervenção ou conhecimento prévio do Presidente ou qualquer outro membro do executivo;

5 – Como Presidente e responsável pela Cultura faço questão que o filme seja apresentado e projetado no Auditório do Centro de Artes de Sines, mediante as sessões que se considerem necessárias para que todos os Sineenses que desejam ver o filme tenham essa oportunidade;

6 – Continuaremos com esta política de promoção da cultura e de incentivo a todos os jovens sineenses para o desenvolvimento das práticas de criação, produção e difusão da cultura e das artes. É um dever no exercício das funções do poder autárquico em prol do enriquecimento cultural e espiritual das pessoas e da comunidade."


A questão que surge é simples:

Esse comunicado... Então se tem responsabilidade directa sobre a área, como pode mostrar surpresa, incómodo e indignação ? Alguém passou por cima do Sr.Presidente ? 2 opções: Ou sabia e perante o que se passou reconsiderou a opção ou alguém passou por cima da sua autoridade e isso revela desorganização e falta de comunicação... Em que ficamos ?

P.S: A resposta acima descrita foi apagada da mesma Página de Facebook do Municipio de Sines.
Já com o Jornal Municipal é a mesma coisa... Só o Executivo fala.
É questão para dizer... Que Democracia ?