quarta-feira, 16 de março de 2011

O que significa ser de Direita?


Portugal é capaz de ser o único país na Europa em que ser do espectro político da Direita é quase um crime, embora com o tempo a evolução tem levado a mostrar que este espectro político tem crescido. Em Portugal o partido que melhor representa a dita Direita é o CDS-PP. A esquerda abragente que existe em Portugal, tem desde 1974, e em particular o PCP, rotulado a Direita de um “monstro”, da representação do fascismo e do regime de estado novo, quando na verdade um dos fundadores do CDS-PP, o malogrado Adelino Amaro da Costa foi perseguido pela PIDE, ( Polícia Internacional e Defesa do Estado ), a policia política do estado novo, tendo morrido num acidente de aviação, de maneira duvidosa que ainda hoje dá que falar. O CDS-PP, tendo sido fundado em 1974 como CDS, foi dos partidos que mais sofreu na revolução pós 25 de Abril, nomeadamente nos assaltos e vandalização da sua sede e posteriormente no I Congresso que aconteceu no Palácio de Cristal no Porto, onde a extrema-esquerda tentou invadir o espaço e provocar distúrbios, tendo os participantes ficado presos durante 15 anos. É um dos episódios tristes da política portuguesa, onde se ve que afinal a esquerda não é tolerante como apregoa ser. No “Verão Quente” de 1975, foi de facto a Direita que ajudou impedir uma evolução radical do processo político iniciado com a Revolução dos Cravos, que culminou com o 25 de Novembro de 1975, data sempre lembrada pelo CDS-PP, como o dia em que os sectores da esquerda radical falharam uma tentativa de golpe de estado, evitando assim uma tomada pela força do governo e uma eventual guerra civil. Com base nesta pequena introdução revela-se a falta de ligação do CDS ao que era o estado novo para além de evidenciar que de facto é a esquerda que tem sempre imposto, sempre suprimido a Direita deste país. Mas afinal o que defende a Direita e neste caso o CDS-PP ?
A ideologia do CDS-PP é baseada na Democracia Cristã e defende entre putros factos:

  • A Liberdade: Pois todo o ser humano tem direito a sua autonomia e vontade própria.

  • A Solidariedade: Ter interesse pelo próximo e ajudá-lo.

  • Justiça: O respeito a igualdade por parte de todos.

  • A Familia: Como parte fundamental e integrante da sociedade.

  • Humanismo Económico: Tem de ser a Economia a servir o Homem e não o inverso.

  • Defender os Valores Tradicionais da Sociedade Portuguesa.


Quando se vê a Direita a ser atacada e rotulada como desde sempre tem vindo a acontecer desde da Revolução de 1974, é injusto, cobarde e revela falta de bom senso. Mas falemos dos outros espectros políticos que são representados em Portugal.

O Comunismo: É estranho ver como uma ideologia comunista ainda está tão viva em Portugal: Senão vejamos: O Comunismo é o mesmo regime que impera em países como Cuba, China, Coreia do Norte, onde a liberdade de expressão é inexistente, onde a pobreza é enorme, e onde o poder democrático morreu. Em Cuba temos a passagem de testemunho de Fidel para Raul ou Kim-Jong Il para o seu filho. O mesmo PCP que defende os trabalhadores em Portugal, é o mesmo que apoia estes regimes. Contrasenso não? Sem esquecer que foi o próprio PCP que não recebeu Sua Santidade o Dalai Lama, oriundo do Tibete que sofre repressão pelo governo chinês, de atacar a organização do Prémio Nobel por atribuir o Nobel da Paz ao dissidente Liu Xiaobo ou de dar o seu voto favorável ao tributo de Guillermo Farinas, dissidente cubano que fez inúmeras greves de fome. No livro intitulado “Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terrores e Repressão”, obra colectiva de professores e pesquisadores universitários europeus mostra como a ideologia comunista é responsável pela morte de 94 milhões de pessoas, muito mais do que qualquer outra ideologia política, mesmo aquelas mais horrendas e que o comunismo sempre atacou. A falta de tolerância da ideologia é óbvia, pois como dizia Marx “a religião é o ópio do povo”, quando todos sabemos que a liberdade de um individuo em escolher uma religião é fundamental numa sociedade dita civilizada.

Socialismo: Tantos anos tem governado, e será Portugal um país melhor?Obviamente que não. Uma política socialista que promove o aborto e promove o casamento diferente do tradicional, irá fazer com que a longo prazo, Portugal seja um país “estéril” com uma geração jovem curta que irá pagar com o seu trabalho uma geração idosa imensa com uma esperança de vida mais longa.Acredito que a economia do tipo socialista, só nos levara ao colapso, ( como já se começa a notar ) porque simplesmente não sabe impor os seus limites. Para além disso apoia-se em termos como “gratuitidade”, de “facilistismos” e “subsídios”. Todos sabemos que não há sistema económico que aguente a gratuitidade de certos itens, porque infelizmente nada é de graça. Em relação ao facilitismo, que moral tem um excelente aluno para alcançar bons resultados quando os desleixados e preguiçosos são beneficiados? E subsídios?A uma diferença em dar subsídios a quem quer trabalhar e não consegue em relação aqueles que não trabalha porque simplesmente não quer. O Socialismo não tem uma ética que premeia quem respeita e dignifica o trabalho, o direito ao trabalho é suprimido e o que se ve é que nos países socialistas o desemprego atinge níveis exorbitantes. Além disso como se pode acreditar numa ideologia que apoia o federalismo e laicismo e que tem reduzido Portugal a um nível de Protectorado?Como se pode acreditar uma política que fomenta a corrupção e faz com que os culpados saiam impunes? Que tem feito subir a criminalidade por não acreditar em segurança? Só num país mal informado e com interesses é que um partido como o PS pode continuar no poder tantos anos como teve desde do 25 de Abril.

Social-Democracia: O PSD é o representante em Portugal da Social-Democracia. Há quem diga que são manifestamente de direita. Direita ? Nada mais errado. A Social-Democracia é na sua génese uma ideologia de esquerda, e foi com essa intenção que foi fundado por seguidores do Marxismo, como ponte de transição democrática rumo a uma sociedade socialista apoiada num sistema capitalista igualitário. A contradição do PSD é óbvia. É filiado do PPE, a organização europeia de partidos de centro-direita, mas o seus fundamentos são contrários aos de uma política liberal e conservadora. O malogrado Sá Carneiro queria integrar o partido na Internacional Socialista, o que vinca e até justifica o termo “bloco central” em parceria com o PS, visto de facto ambos serem partidos da dita esquerda. A política defendida pelo PSD, é culpada igualmente como a do PS, pelo estado como o país se encontra.

Bloquismo: O Bloco é um partido recente, mas o dogma da sua ideologia é sem dúvida, os fundamentos da extrema-esquerda. É marxista, no sentido que na sua essência defende as ideias originais de Karl Marx, extremamente ultra-liberalista nas vertentes do que compõe a sociedade, com a excepção de uma: A Economia. Estas duas caracteristicas a meu ver não se encaixam mutuamente. A esta mentalidade bloquista, junta-se uma política populista, uma intolerância a ideias contrárias e uma dedidação ao seus fundamentos. O Bloco identifica-se como sendo a verdadeira esquerda, aquela que realmente é pelo povo. Mas as suas ideias e causas apesar de parecerem tentadoras, são ocas na sua ideia principal, porque prometer-se algo que não se pode dar, não faz sentido. Apesar de ter pouco mais de dez anos, o Bloco existe há muito mais tempo do que se pensa, visto ser um partido que surgiu da fusão entre a famigerada UDP ( União Democrata Popular), que seguia a tal índole marxista, o PSR ( Partido Socialista Revolucionário), de índole trokstista em oposição ao estalinismo e a Política XXI, uma organização formada por ex-comunistas. Este cocktails de ideologias e de variantes, organizada num “bloco” engana quem de facto é sensível aos apelos, nomeadamente em tempos de crise, mas uma análise mais cuidado e atenta, mostra o que de facto o Bloco é: Uma esquerda de ilusão, pois ilude com promessas vãs, de utopias, porque não é exequível as suas propostas, e irrealista, porque vive desligado do que é de facto a realidade nua e crua. Um Bloco no governo seria um convite ao caos na economia, e o atalho mais curto para o abismo. E algumas das propostas mais descabidas vieram do Bloco, como por exemplo:

  • Defender a despenalização de todas as drogas e para a heroína ser distribuida através do Sistema Nacional de Saúde.  
  • Lei da identidade de género.
  • Desmilitirização da GNR e transformar a mesma num corpo civil.
  • Taxar telemóveis de serviço.

Ser de Direita, não impede de ter sensibilidade social, de ser solidário e tolerante e de preocupar com o próximo, de ter consciência da realidade, e muito menos afasta dos valores que são importantes para se viver em sociedade.

Por Paulo Freitas